Foto: Edegar Cavaleiro, divulgação
Estão abertas as inscrições de atividades nos Festejos Farroupilhas 2024, que ocorrem de 14 a 20 de setembro. O tema deste ano é o centenário do renomado pajador Jayme Caetano Braun, e o patrono será o músico Pedro Ortaça. O formulário de adesão está disponível no site da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), e as propostas devem ser inscritas até dia 31 de agosto. Depois desta data, será divulgada a programação integrada.
– Os Festejos são uma oportunidade renovada de cultivarmos a história, os valores e as tradições do Rio Grande do Sul, promovendo eventos em todos os rincões do Estado. Convidamos a todos a participarem dessa grande celebração – disse a presidente da Comissão Estadual dos Festejos Farroupilhas, Gabriella Meindrad, que destaca o trabalho em parceria com os Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) e com o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG).
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A força da cultura no Estado também foi destacada pelo governador Eduardo Leite no lançamento oficial dos Festejos Farroupilhas 2024, em 7 de agosto.
– Nossa cultura não se resume só aos costumes, ao jeito de vestir e cantar. Nossa cultura é permeada por uma dose cavalar de civismo e cidadania, e de um profundo sentimento de responsabilidade com o nosso chão. A alma gaúcha nos faz irmãos, independentemente das diferenças, porque nela todos carregamos o amor por esta terra – afirmou o governador.
O patrono dos Festejos de 2024, Pedro Ortaça, exaltou as raízes do Rio Grande do Sul:
– Guardo até hoje os ensinamentos de meu pai. Aos 82 anos, muito me orgulha cantar a minha terra. Junto com Jayme, Noel Guarani e Cenair Maicá, resolvemos cantar a história do Rio Grande, cantar pedindo justiça e cantar os direitos dos indígenas e negros do nosso Estado. Muito obrigado pela honra de ser escolhido como patrono dos Festejos.
Homenagem ao pajador
Reconhecendo a relevância cultural e intelectual de Jayme Caetano Braun, a Sedac propôs o decreto que dedica o ano de 2024 a homenagear o centenário do artista. Nascido em 30 de janeiro de 1924, na localidade de Timbaúva (em São Luiz Gonzaga), Jayme se destacou pela produção de poemas, pajadas e músicas, sempre destacando o Rio Grande do Sul, a vida campeira, as tradições e os saberes do Estado, bem como a natureza peculiar da Região Missioneira.
Ele iniciou sua carreira de pajador em 1954, no 1º Congresso Tradicionalista Gaúcho. A pajada (ou payada) é uma forma de poesia improvisada, com estrofes de dez versos, acompanhada por violão. Jayme ficou conhecido como El Payador ou O Payador dos Payadores.
No fim dos anos 1950, foi membro e co-fundador da Academia Nativista Estância da Poesia Crioula, em Porto Alegre. Publicou poemas em jornais e participou de programas de rádio. Ele morreu em 8 de julho de 1999, e, em 2001, foi aprovada a lei que institui o dia 30 de janeiro como o Dia do Payador Gaúcho, em homenagem ao artista.
O tema e o patrono
As festas deste ano celebram o Centenário de Jayme Caetano Braun: Homenagem à Tradição Gaúcha nos Festejos Farroupilhas de 2024. E o cantor, compositor e violonista Pedro Ortaça é o patrono. Ele nasceu em 29 de junho de 1942, na localidade de Pontão de Santa Maria, município de São Luiz Gonzaga, um dos Sete Povos das Missões. Ao longo de sua trajetória, deu início, junto com amigos, a um movimento voltado a cantar a história, os costumes e a realidade do povo missioneiro.
A canção
“O Pajador – A História do Rio Grande” foi a canção escolhida. É de autoria dos músicos Fernando Espindola (vocalista) e Thomas Facco (acordeonista), integrantes do grupo Alma Gaudéria. A letra está abaixo. Para ouvi-la, acesse aqui.
Como falar em pajada
Sem Jayme Caetano Braun?
É ele, o referencial!
Que trilhou toda a estrada
E faz uma falta danada
Os versos do professor
Que era mestre em compor
Mas que deixou seu legado
E sempre será lembrado
Dom Jayme “El payador”
O Rio Grande reverencia
Os versos do missioneiro
Saiu de São Luiz Gonzaga
Das Missões pro mundo inteiro
Cravou seu nome na história
De clássicos foi o autor
Influenciou gerações
O poeta pajador
Num bochincho certa feita
Ou pelo um galpão de estância
O dom de falar rimando
O Jayme trouxe da infância
E neste teu centenário
Pra ti se tira o chapéu
E repetindo os teus versos
Tu’alma brilha do céu
Tua voz ainda ecoa
Por toda a nossa querência
E o povo gaúcho exalta
100 anos de tua existência
Tua poesia vive
Nosso poeta imortal
A história do Rio Grande
Tem Jayme Caetano Braun!
A um bochincho, certa feita
Eu fui chegando de curioso
A história do Rio Grande
Entre a ponte e o lajeado
Na venda do Bonifácio
Conheci o tio Anastácio
Dom Jayme, no teu centenário
Pra ti se tira o chapéu
E repetindo os teus versos
Tua alma brilha do céu